sábado, 29 de dezembro de 2007

O palhaço despalhaçado

Hoje foi o dia em que conheci o mal-humor em pessoa. E estava fantasiado de palhaço.

Sem ter o que fazer, a convite de um amigo, fui assistir a um show de palhaços, com direito à música e mágica.

Para começar bem, a primeira notícia da tarde, logo no anúncio da atração, foi de que a palhaça da dupla estava doente e internada. Que espécie de espetáculo é esse que já choca e apavora as crianças na cara larga?

Bom, mas isso não foi nada. A seguir, adentrou o palco uma criatura barriguda, com um copo de plástico preso na cabeça, com uma faixa preta pintada na vertical, ao centro do rosto, e um nariz também preto.

Questão: o que se pode esperar de um palhaço vestido de preto e branco? Malancolia? Um show "de segunda"? Sei lá.

Enfim, continuando a contação... O camarada até começou bem, com uma mágica bacana e uma música divertida, para a qual pediu a colaboração de um garotinho da platéia.

Constatação 1: uma criança subir ao placo = milhares de crianças com inveja, querendo subir junto.

Constatado isso, adivinhem o que aconteceu? Ah! Que ar de surpresa é este no seu rosto, leitor desocupado?

Um a um, vários piquetuchos invadiram o palco. E aí a falta do jogo de cintura entrou em cena.

Um palhaço, na teoria, é o mestre do improviso. Se é assim, o nosso astro precisa voltar urgentemente para a escola de clowns. Ele começou a ficar nervoso e armou um barraquinho.

"Nossa, amigos. Vou espalhar para todo mundo como vocês são mal educados...", disse. "Quem é a mãe dessa menina? Ela bateu em mim!", rasgou a calcinha. "Será que eu vou precisar parar com a apresentação?", pisou em cima.

Foi uma das situações mais constrangedoras que já presenciei. Alguns espectadores abandonaram a platéia a partir daí. Outros, assim como fiz, permaneceram para ver aonde aquilo ia dar.

Ridiculamente, o palhaço permaneceu no palco, cantou mais duas músicas - sem graça - e ainda teve a pachorra de perguntar: "Querem que eu pare ou que eu continuem, amigos?". Ao que um rapazinho muito esperto retruca do fundão: "Pára". Nesse meio tempo, vale ressaltar que a mãe da menina-violentadora-de-palhaços chegou sabe-se lá de onde e tirou a criaturazinha dali aos tapas. (E eu continuo tendo vergonha alheia...).

Só para não ficar feio, ele tocou mais uma música, em japonês, e saiu.

No total foram 40 minutos de apresentação. Creio que o mínimo esperado era de uma hora.

Ao final, ele ainda veio falar com a organização do evento sobre seus descontentamentos com a platéia. E bastaram alguns minutos para que um passarinho verde me contasse que o sujeito, além de estrela, é o diretor do espetáculo.

Constatação 2: Com tanto bom humor, é inacreditável que esse mentecapto se denomine palhaço e diretor de qualquer coisa.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Cuidado com o orkut


Espero que você que está lendo não seja estúpido o suficiente para se identificar com o caso a seguir.

Passeando por bits e bytes da Internet, encontrei uma comunidade do orkut relacionada a uma da qual faço parte.

O nome dela é "Amigo Mesmo Eu Só Tenho Um!". Atraído pelo título, cliquei no link. Como de costume, li a descrição da comunidade. Sim, eu li a descrição. Esse é um hábito muito saudável para se desenvolver quando se navega pelo famoso site de relacionamento. Acreditem, essa comunidade é a prova de que a leitura é fundamental para o desenvolvimento do ser humano.

A descrição explicava tudo claramente. Uma piada manjada, mas que foi bem sacada para ser uma comunidade: o melhor amigo do homem é o seu próprio pênis, pois ele fica o tempo todo perto do ânus e mesmo assim não o estupra. Essa seria a descrição "científica".

Reparei que algumas garotas eram membros da comunidade. Sem entender, fui buscar mais informações. Abri o tópico mais comentado, com 200 respostas, o qual perguntava o "nome" do tal amigo.

Foi insano, mas constatei que as criaturas acéfalas não pegaram o espírito da coisa e estavam, de fato, dizendo os nomes de seus mais estimados amigos humanóides. Passei por algumas páginas. Em um breve diagnóstico, posso afirmar que 98% das pessoas estavam confundindo tudo.

A decepção não foi maior porque haviam alguns seres racionais em meio ao limbo, que tentavam alertar para o erro. O pior, e mais curioso, é que as pessoas continuam errando insistentemente...

Conclusões:
1. A maioria das pessoas só lêem o nome da comunidade e ingressam nelas.
2. Grande parte dos participantes de uma comunidade postam respostas nos tópicos sem ao menso ler o comentário acima do seu.
3. Tem muita gente estúpida no orkut.

Provas do crime:
Entrem no tópico: "Qual o nome do seu amigo!?"

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Mais uma de din-din

Convenções sociais. Quem as inventou?... Hã? Morreu? Que bom... do contrário, eu ia precisar me tornar um assassino, coisa que não quero.

Na minha opinião, o dinheiro não é nada mais do que uma delas. E atravanca a vida.

Dívida é uma passo atrás na vida. Te prende, te restringe.

Dinheiro é uma merda (ou melhor, a falta dele...). Com ele, tudo se resolve, vide políticos e famosos que deveriam ir para a prisão. Sem ele, é... é... hum... nem sei o que dizer.

Sem ele não podemos nem tomar um sorvete, quem dirá conseguir fazer tudo o que desejamos.

Começo aqui uma campanha. Na verdade, duas, só que uma irá adiante, dependendo da boa vontade dos leitores:

"Campanha pela abolição do dinheiro!" e/ou "Campanha pelo enriquecimento meteórico do escritor amador Elmo Sellitti Rangel!"

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Me esforçar pra quê?

Mais uma chateação acadêmica para a lista.

Dessa vez lista negra. Professores são criaturinhas estranhas. No mesmo lugar você encontra exemplares espetaculares (rarísimos esses, coitados, quase extintos) e coisas bizonhas. Esses últimos deveriam ganhar outra denominação.

Que tal Mestrus Escrotus? Ou quem sabe Tutoris Preguiçus?

Essas topadas da vida que somos obrigados a dar com pessoas que são instruídas para nos instruir, mas não o fazem, é que me fazem repensar minha postura diante de certas tarefas.

Qual é a motivação? Por que vou escrever um texto para um sujeito que nem se dá ao trabalho de lê-lo para me orientar? Não vou me esforçar por quem não se esforça por mim. E isso serve para todos, em várias situações. Repensem, por favor.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Detesto, mas uso. Vai se fazer o que?


Eu detesto a minha Internet de casa. Eu detesto a Internet no meu trabalho. Eu detesto a Internet na faculdade. Precisa dizer mais? Sim! Precisa.


Estou certo de que minha neurastenia com conexão lerda não é pessoal. Todos têm do que reclamar nesse quesito. Pagar uma banda larga pensando que vai conseguir baixar o planeta via computador é ilusão. Ao menos para mortais como eu, que não possuem uma banda larga tão larga assim.


O pior de toda essa conversa é que há cerca de um ano atrás a taxa de tranferência daqui era uma maravilha. Não sei o que acontece com essa maldita empresa líder de reclamações no Procon. Campeã com motivos.


E eu continuo me conectando mesmo assim...


Afinal, tenho coisas para downloadear, e-mail e um orkut para verificar, um MSN para papear, um fotolog para me mostrar e um blogosfera própria para sustentar. É praticamente uma família.


Será que vou ser obrigado a ligar e conversar com a gravação por uns 40 minutos para depois falar com um atendente que, mais uma vez, não vai resolver meu problema de Lerdite Internética?

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Aproveitando Finados: os mortos devem permanecer mortos

Dizeres de um cemitério: para quê existe muro aqui se quem está fora não quer entrar e quem está dentro não pode sair?

Um questionamento para justificar a minha indignação com os zumbis televisivos. Deveriam colocar cerca elétrica no cemitério da TV brasileira, pois ontem, na madrugada de Halloween, tive um encontro com um programa morto-vivo.

Doido para dormir, burramente liguei a televisão, na esperança de que o som e a luz fraca de um filme noturno soturno me embalasse. Quem dera.

Ao mudar de canal, reconheci uma vinheta que me retrocedeu aos meus tempos de infância. Dois apresentadores meio perdidos (talvez sonolentos), revezavam-se em frente às câmeras, convocando algumas meninas de biquini a ajudar na execução de brincadeiras a fim de dar (tomar) dinheiro do telespectador. Reconhece?

Foi-se o tempo em que eu acreditava na inocência do "ligue e participe", "é grátis e o cadastro é fácil e rápido". Pro boi dormir, só se for. Com as ligações recebidas, a emissora acumula dinheiro suficiente de interurbanos para pagar tantos prêmios quanto forem necessários e ainda sobra para pagar os salários dos envolvidos.

Nota: as brincadeiras eram obviamente um pretexto, fáceis ao ponto de um jumento responder corretamente, ridículas. Se o tardar do horário de exibição, se falta de prestar atenção, não sei explicar como as pessoas conseguiam errar. Exemplo: cinco bolinhas na tela, sendo que elas podiam ser vermelhas ou amarelas. O objetivo era acertar a seqüência. O ligador dava o primeiro palpite, os apresentadores diziam o que estava errado, e havia uma segunda chance. Bastava corrigir o que não estava certo. Pois há quem erre. Acredite! Ou veja com os próprios olhos, basta zapear de madrugada. E é daí pra pior no quesito brincadeiras. A tendência é sempre piorar.

Mas o que mais me causou espanto foi eu não conseguir dormir prestando atenção e me lamentando a todo momento: "eu tenho que dormir, preciso desligar isso", e rindo de desgosto, por me manter atento por tanto tempo em algo tão idiotizante. Pelo menos uma hora inteira em frente à TV, mas consegui me libertar. Deve ter mensagem subliminar, para mesmerizar quem assiste. Sou capaz de chorar só de lembrar da noite mal dormida por culpa do tal programa que retornou da tumba...

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Mais um dia comum. Quero sumir.

Cena esquisita é quando um cidadão coloca a mão no bolso de trás de uma calça jeans velha, daquelas que cobrem até o meio do peito, e tira um pente.

Cena grotesca é quando o sujeito usa um daqueles pentes de colocar na mão, como uma luva, e penteia um cabelo que nem se pode chamar de cabelo penteável, pois é raspado quase no talo.

Aberração da humanidade é o mesmo camarada ter a unha do dedo mindinho comprida pra coçar o ouvido.

Tudo isso de uma só vez, em uma passarela da cidade. Credo, eu mereço morar em outro planeta.

domingo, 7 de outubro de 2007

Exercício de compras - parte 1

Acabei de acabar de ler um livro. Que legal. Estou alguns milésimos de qualquer coisa mais inteligente!

Grande.

Tic tac

Tic tac

Tic tac

O que fazer agora? Ler um novo livro? Ótima idéia, é o que eu digo quando de bom humor. Mas ao pensar no assunto eu perco todas as nesgas de bom humor que me sobram.

O mercado literário no Brasil é inacreditável. Pelo fato de não se poder acreditar. Que preços são esses? Não raro sou obrigado a esperar uma promoção de site para conseguir pôr as mãos no mais novo best-seller que ocupará meu tempo.

Caros. Livro é um bagulhinho caro. Eu compro mesmo assim, mas revoltado, precisando jogar inseticida no bolso para tontear o escorpião que lá vive.

Digam que eu proponha solução agora. Podem pedir por sugestões. Pensei em várias, mas sempre elas esbarram em outros problemas. Para bom reclamador, só a reclamação basta. Estou aqui para chiar, não para resolver.

Folgado E espaçoso!

sábado, 29 de setembro de 2007

Ópera da desgraça alheia: 3º ato - Controle de som


Um detalhe pode estragar o lazer de qualquer ser humano.

Esse é o mote de hoje. Por que as coisas são passíveis de quebra? Tudo o que temos deveria vir com um dispositivo anti-quebra.

Digo o que digo para expressar toda a perda que um botãozinho pode causar.

Estou muito habituado a ouvir músicas em um apetrechinho tecnológico de 8 centímetros, que carrega horas e horas de entretenimento para filas, transporte público, aula chata, viagem á Lua... Os fios pendurados em minhas orelhas já pulsam como parte do meu organismo, acostumado que estou com a presença dos fones no meu ouvido.

Há alguns dias o botão para reduzir o volume do som quebrou. Só para reduzir. Aumentar ele aumenta que só ele, uma beleza. E quebrou quando o aparelho estava no volume máximo. Minha vida mudou desde então...

O rádio FM embutido tem o controle de volume independente e está baixo. "Ufa! Pelo menos isso." Que nada! Agora me desconcentro o tempo todo por conta dos chiados, intervalos comerciais e falatório dos locutores sobre promoções. Assim não dá! Não aguento mais não poder andar pela rua escutando as músicas que eu realmente quero ouvir...

Alguém aí sabe concertar minha diversão?

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Mediador estraga tudo

Estive em um seminário essa semana. Tudo durou dois dias, carga horária de 16 horas. Oito horas por dia mais uma hora de almoço.

Deixando a matemática de lado, parto para o assunto.

Dentre muito blábláblá, reconheço que houveram momentos aproveitáveis, mas um caso particular me chamou a atenção.

Um senhor fora convidado para palestrar. Estava tão perdido, pobrezinho. Nem ao menos sabia que a participação dele seria para dar uma palestra.

A organização do evento (muito mal organizado, diga-se de passagem, com milhares de atrasos e gente mal preparada para falar) viu-se obrigada a mudar o cronograma. O antes palestrante transformou-se em mediador.

Um dos presentes apresentou seu power point rapidamente, graças a Deus, e passou a palavra ao mediador. Se não estou enganado, o tal deveria comentar o que fora apresentado, talvez propor outro debate, e passar novamente a palavra ao terceiro sujeito.

Não foi o que aconteceu. Daí por diante foram 40 minutos de falatório repetitivo, em todos os sentidos. Sem estar preparado, o cara gaguejava mais do que o porquinho da Warner. Da da da. Uma uma uma. É é é. Mas mas mas. Passei a prestar atenção na gagueirae chegou a um ponto que eu já sabia exatamente em quais pontos ele tropeçaria. A sentença "só para finalizar rapidinho" foi proferida incontáveis vezes.

Uma chuva de aplausos ansiosos irromperam ao fim, com direito a gritos de "até que enfim" e outros.

O terceiro palestrante falou. Foi rápido. Hora da rodada de perguntas. Logo na primeira para o primeiro palestrante, acredito que ocorreu o ápice do evento. Antes de responder, ele disse: "Vou tentar ser sucinto, já que o mediador falou mais do que nós, palestrantes..."

Foi uma salva de palmas, vivas e êêêê's digna de espetáculo Shakespeariano.

Toma essa!

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

O verdadeiro e legítimo ensino à distância

Abstraiam. Proponho agora um exercício de imaginação, principalmente para você, estudante de exatas, biológicas ou qualquer coisa do gênero.

Imagine uma sala de aula. Ou melhor, um laboratório de informática com uma professora sentada em uma das primeiras fileiras de computadores.

Imagine um aluno, que no momento escreve um texto para o blog.

Questão: Por que o aluno escreve um texto para um blog, se a professora está na sala?

Rá! Eu vos apresento ao revolucionário sistema de ensino semi-aprendizado, semi-aula, semi-faz-vir-à-toa, mais conhecido como "vá para a faculdade bater um papo de dois minutos com a professora, não faça mais porra nenhuma e volte para casa frustrado".

Pago R$ 800,00 para freqüentar um curso superior que me obriga a me virar fora do horário de aula para desenvolver projetos. E ainda por cima me enrola enquanto estou no espaço físico da Universidade.

Não é genial?

Só para constar. Não que eu faça questão de ficar na aula ouvindo horas de conversa fiada de docente enchendo a grade curricular. Seria melhor ficar em casa, me divertindo com outros projetos pessoais. Se minhas horas de trabalho universitário realizado fora da sala de aula fossem somadas e descontadas, eu não precisaria realmente vir para a faculdade.

Espero ter sido suficientemente claro. Dúvidas, classe?

sábado, 1 de setembro de 2007

Estilingada pública em dupla

Sinto que esse será o post com assunto mais escatológico que escrevi até então.

Estava eu, sozinho, parado em uma esquina, por volta das 18 horas, esperando uma companhia que iria pegar o mesmo busão que eu para ir ao mesmo lugar.

Combinado para às 18h05, horário pontualmente cumprido por mim, o encontro só aconteceu às 18h11. E muita coisa pode acontecer em seis minutos.

Duas figuras caminhavam à claridade da iluminação pública. Uma dupla de meninas trôpegas formou-se ao longe e veio em minha direção. Elas estavam rindo alto e uma colada na outra. Estranheza causou, mas não espanto. Espanto mesmo foi com o que se seguiu.

Elas começaram a brigar para tirar a calcinha da outra do rêgo. Brincadeira saudável. Bem propícia para se fazer no meio da rua.

Afim de furunfar? Vai pra casa, pro motel, pra um buraco qualquer. Mas tirar calcinha da bunda uma da outra em público foi demais para mim. Vulgaridade exalando pelos poros das criaturas.

E é por essas e outras que amo a cidade de São Paulo. Ela me rende posts naturalmente. Bastam seis minutos parado em uma esquina.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Velhas cantadas, cantadas velhas, cantadas de velhas

Mulher reclama de cantada bizarra que é obrigada a ouvir. Elas têm razão. Compreendi isso ao passar na pele por algo semelhante.

O cenário é um baile da terceira idade. Muitas velhinhas e velhinhos animadíssimos, alguns tão animados ao ponto de eu não ter o mínimo desejo de levar minha avó a um ambiente como aquele.

Eu estava circulando por ali como função do meu estágio. Cobrir o evento e tudo mais. O grande problema foi quando me pediram que acompanhasse uma mulher que iria divulgar um bazar beneficiente.

Como bom pau mandado, fui sem pestanejar. Ao chegar no salão de baile, ocorreu o choque da minha acompanhada: tinha muito mais gente ali do que ela podia imaginar.

Ficou toda ouriçada e começou a distribuição de filipetas xerocadas, mal-feitas que só elas. Logo de cara, uma senhora pegou o papel e logo depois olhou para mim e disse: "Nossa! Que moreno lindo!" (de onde ela tirou isso?).

A camarada que eu auxiliava demorava muito para entregar o pedaço de papel, explicando em detalhes o evento que estava descrito na singela propaganda. Um baita lero-lero. Bastava ler para entender.

Irritado com a demora, peguei metade do calhamaço de papel e fui distribuir do outro lado do salão.

Mulheres devassas vieram ao meu encontro. Foi aí que precisei aguentar a seguinte bomba:

─ E aí? Você não dança? ─ lançou uma mulher esquisita.

─ Não, tô trabalhando... ─ respondi vagamente.

─ Faz o que aqui? ─ insistiu.

─ Estagiário de comunicação. ─ tentando me livrar, dei uma resposta seca.

─ E não tá comunicando por quê? ─ cutucou a estranha.

─ Estou acompanhando a moça aqui. ─ cabeceando em direção da colega.

─ Ah! ─ exclamou, antes de finalizar: ─ E não quer vir se comunicar ali comigo?

Dei uma risada forçada e pensei: "Ah, minha senhora. Olha bem pra sua cara de sapo. Tem idade pra ser minha avó."

Antes do fim, ainda precisei escutar alguns "o bonitinho não dança?", "vamos pra pista?", e outras barbaridades.

Vê se pode? Só recebo cantada de velha. Algum problema eu tenho...

sábado, 18 de agosto de 2007

De onde saiu esse poste?

Essa semana sofri um acidente de percurso. Obviamente todo mundo já fez isso. O caso é que, ao passar por um beco da faculdade para sair, tropiquei em um pequeno poste de ferro. A trombada só não tomou proporções calamitosas porque eu estava com os braços esticados enquanto caminhava. Isso salvou meus filhos, se é que me entendem...

Só gostaria de saber de onde saem as coisas que ficam no nosso caminho quando precisamos passar? Elas brotam, só pode.

Agora me pergunte, leitor desocupado, qual é a razão para alguém andar com os braços esticados e catastróficamente dar um encontrão com um objeto no percurso?

Respondo: o imbecil, ao invés de andar por aí prestando atenção no que está pela frente, fica mexendo no celular. Tropeça na certa. E muito bem feito, por sinal. E com certeza já desviei daquela coisinha milhares de vezes, mas a distração é um mal da humanidade.

Lições da vida. Olhe por onde andas e te direi quem és.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Quem é esperto observa e aprende com a cagada alheia

Quando é que as pessoas vão aprender a burlar certas regras de modo eficiente, sem deixar rastros ou correr riscos de serem pegas?

Hoje eu presenciei algo no mínimo bizarro. Uma de minhas amigas de faculdade passou normalmente pela catraca da entrada, que é liberada com o uso da carteirinha de estudante. Até aí, tudo certo. E a solidariedade entrou em cena.

Ao ver uma outra amiga vasculhar a bolsa, em uma busca incessante pela carteirinha, sem sucesso, resolveu colaborar com o bem-estar da humanidade e facilitar a entrada passando novamente a carteirinha na catraca, para que fosse liberada logo e para que as duas pudessem entrar pululantes, animadas para a aula.

Mas a segurança estava de olho. E com eles é assim: viu, tomou!

Tomou mesmo. Tomaram a carteirinha dela. O mico prosseguiu, pois foi preciso retirar a carteirinha na sala da segurança e realizar uma espécie de "B.O." de baixo risco. Agora tenho uma amiga com o nome manchado no sistema. Para encerrar, o segurança, tentando ser carrancudo, sem ser lá muito convincente, proclamou: "Na próxima vez, a faculdade vai tomar ação através da coordenadoria por meios legais. Suspensão, expulsão...".

Tá bom, tá bom. Ela não faz mais. Eu prometo.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

O Rio de Janeiro continua...


Férias. Sem muitos posts, só para variar. Mas há algum espaço temporal precisava contar uma de minhas andanças de folga.

Consegui uma emenda de feriado no trabalho, digamos assim, para fazer uma viagem planejada desde o ano passado.


Rio de Janeiro. Quem vê pensa que gosto muito de praia. Mas o lugar continua lindo. Pelo menos se você o observa apenas por um lado. De frente linda praia, belo cenário. Vire-se de costas e já sabe com o que vai se deparar. Mas esse é um problema social muito grave para ser discutido agora.


O assunto é a falta de comprometimento das pessoas. Fui para lá, em uma cidade bucólica, com um quê de interior, mas com a promessa de passar uma segunda-feira na dita "Cidade Maravilhosa". Não aconteceu. Era uma tarefa impossível de realizar sozinho, sem carro, nem nada.

Não tirei foto com a maravilha do mundo. E a vontade de aparecer no PAN também foi pro beleléu.


Fica para as próximas. Revéillon aí vou eu. Só espero que até lá as pessoas comecem a acompanhar meu ritmo organizacional de viagens para que os rolês dêem certo.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Ave Ão: sem chance

Palhaçadas à parte, sinto-me inclinado a falar mal de algo mais profundo hoje. Acontece só quando o cômico vira sério.

Nunca viajei de avião, caipira que sou. 13 horas em uma máquina presa ao chão com alguns pares de rodas grandes não são nada para mim.

E os eventos recentes me tornam ainda menos disposto a sair do chão em uma lata gigante com asinhas. Não tenho problemas com altura. Pulo de skycoaster sem problemas, afinal, tenho um cabo que me segura. Bungee jump é uma de minhas ambições. Tudo desde que esteja seguro, o que não parece ser a prioridade de preocupação no setor aéreo do país.

Essa nação figurante em que vivemos muito me agrada, mas certamente me deixa emputecido dia após dia. É difícil entender. Se fosse um prédio, o Brasil já teria desmoronado.

Até quando perdurará a irresponsabilidade por aqui? Seja lá de quem for a culpa, no fim das contas um sonoro foda-se para o poder que um aeroporto empoleirado no meio desse galinheiro gigante pode exercer sobre mentes fracas e interesses econômicos de companhias aéreas.

Fodam-se igualmente passageiros que reclamam se ameaçam tomá-los seu precioso estacionamento de quintal, do qual partem para viagens vazias. E fodam-se os empresários que rosnam ao pensar na possibilidade de lhes tirarem espaço no ninho.

Torço pelo dia em que chegarei a um aeroporto em São Paulo, bem longe da capital, no meio do mato. Comprarei uma passagem e embarcarei sem demora excessiva. Acho que só assim para me convencerem a pular dentro do pássaro de aço e ir à Mongólia.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Por qual motivo não cagam lá na puta que os pariu?

Rotina. Subir a mesma rua todos os dias para trabalhar. É nessas experiências que adquirimos certas habilidades especiais. Consegui desenvolver uma técnica no meu subconsciente pra desviar de merda de cachorro.

Uma das únicas certezas que tenho atualmente na vida é de que a Rua dos Patriotas em São Paulo é o cagódromo dos caninos da cidade.

Eles passam pelo bairro do Ipiranga e pensam: "Hum... Vou dar uma cagadinha ali na Patriotas".

Ou quando andam em bando sempre tem um que diz: "Perae! Vou ali na Patriotas soltar um barro e já volto...".

Outro dia posso jurar que ao andar pela Avenida Paulista vi um casal de tomba-latas e a fêmea disse: "Amoreco, vou até ali no Ipiranga fazer um cocozinho na Patriotas. Se quiser ir direto pra Guaianazes, pode ir na frente, eu te alcanço".

Adoro os latedores, mas façam-me o favor, cães que estão lendo este texto, mudem de lugar o seu banheiro público, não aguento mais desviar de suas bombinhas fedegosas.

domingo, 24 de junho de 2007

Festas pra que te quero

Aniversário é uma coisa complicada. Aposto quanto for que o assunto do post não se restringe a este que vos escreve.

Eu nunca (ressaltem o nunca) sou chamado para comparecer a eventos sociais denominados "festas de aniversário". Quando o sou, é pra mais de uma ao mesmo tempo.

Por que as pessoas organizam suas comemorações em dias que coincidem? Notem que a semana tem sete dias, mas apenas um deles é propício para comemorações: o sábado. Então um sábado corre o risco de ser alvo de pessoas que fizeram aniversário durante a semana diretamente anterior a ele, ou daquelas que o farão na semana diretamente posterior, ou por aqueles que comemoram seus anos bem fora da data esperada.

Conclusão: essa semana convidaram-me para duas. No mesmo sábado. Horário? Incrivelmente ambas marcadas para quando o ponteiro pequeno estivesse no 9 e o grande no 12.

Após ameaças vorazes de chateação eterna para comigo, decidi dar uma de onipresente e comparecer aos dois encontros.

Ao primeiro cheguei no horário marcado. Logo de cara tirei milhares de fotos. Agora penso que foi para desencargo de consciência, para provar de algum modo que fui o convidado que foi, mas foi embora primeiro. Aliás, essa primeira festa tinha um defeito homérico: só chegava homem. Para cada mulher presente havia no mínimo 7 rapazes. Só não fiquei até o fim para fazer a conta final, embora acredite que nada tenha mudado.

A segunda festa foi mais informal. Barzinho. Amigos. Garçom que demora a atender. Porém, o que mais me impressionou foi o discurso da "quase" aniversariante, que completaria mais uma primavera 2 dias após a comemoração. O tal discurso foi interrompido um sem número de vezes para, no fim das contas, não durar mais que 30 segundos.

Peço encarecidamente que os aniversariantes não façam festas ao mesmo tempo, que elas tenham variedade de gênero, e que os discursos não sejam interrompidos. Obrigado!

domingo, 17 de junho de 2007

A retrovisorsada

Neologismos: só com eles resolvemos 90% dos nossos problemas. Mas isso é tema pra outro post. O neologismo entrou na dança por uma situação inusitada que me aconteceu (como se isso fosse novidade). A palavra do título surgiu porque não existe nenhuma outra que descreva o que aconteceu.

Estava eu dirigindo em uma avenida movimentada, mas com velocidade baixa, devido ao volume de carros. Avenida estreita, com duas pistas. Avisto um grupo de moleques, uma galerinha do mal. Um desses figuras estava empurrando uma bicicleta no meio fio.

Quando passei rente a ele, não deu outra. Dei uma puta "retrovisorsada" nos dedos dele. Foi sem querer, mas foi muito engraçado. A reação de uma das passageiras do carro foi: "Há! Fez um 'toc'!", antes de cair na gargalhada. Ri junto. Doeu até em mim depois.

Olhei pelo espelho e ainda vislumbrei a imagem do ser sacudindo a mão no ar pela batida.

Foi bom para deixar de ser folgado, aprender alguma coisa. Não estava montado na magrela, então devia ter ido para a calçada carregá-la.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Não ultrapasse a faixa amarela

Tem dias que não é para dar certo mesmo. E eu me divirto ainda mais do que se tivesse funcionado.

Hoje, pós-feriado, trabalhei, mas isso não me causa problemas. O problema começa quando o expediente acaba. Raro é voltar do trabalho para a casa, só com emenda de feriado na faculdade.

Uma amiga, que trabalha no mesmo bairro e sai em horário igual ao meu, me liga perguntando se vou voltar de trem, para voltarmos juntos. Encontrei-a e ao chegar na estação, propus que ao invés de pegar o rumo de casa, fizéssemos o inverso e fossemos ao terminal do trem, pois poderíamos sentar e viajar numa boa. Aceitou. Maldita hora. Antes tivéssemos ido para o nosso canto.

Antes mesmo de chegarmos ao ponto final da linha, estávamos sentados, achando que a vida é bela.

O trem pára e escutamos a voz do inferno: "Este trem não prestará serviço. Favor desembarcar". Putaquelpariu!

Toca descer. E para descer? Com a plataforma abarrotada, quase não saímos. Ao sair, fiquei pendurado na beirada da prancha do navio. Quando o trem saiu da minha frente, começou a sessão cagaço. Meia dúzia de pessoas (incluindo eu) penduradas, quase capotando nos trilhos. Risadas e gargalhadas rolaram soltas, situação ridícula.

Aí me lembrei da célebre frase: "Não ultrapasse a faixa amarela". Do ponto onde estava, eu nem ao menos consegui ultrapassá-la para dentro da plataforma, quem dirá para fora.

Só para concluir: no fim das contas, na hora de entrar, muitas cotoveladas, murros e braços quebrados e minha amiga não conseguiu sentar. Cedi meu lugar para que a moçoila se acomodasse. Daí pra frente ficamos ouvindo a papagaiada de dois manés ao lado, um em pé querendo sentar e um sentado sem vontade de levantar. Eu mereço.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

O bilhete premiado

Duas semanas me separam da última postagem, mas o blog é meu e o atualizo quando bem entendo.
Quinze dias rendem assunto e vou mandar um que é de primeira.

Todos os dias me surpreendo com a criatividade das pessoas e quanto mais comum e sem graça a pessoa pareça ser, mais surpreendente é o resultado de sua criatividade.

Em minhas andanças de "new-reporter" me acontece mais uma. Sair com equipe de gravação externa me remete à novela ou filme, mas acontece em reportagem de televisão também.

Foi minha primeira ida às ruas para filmagem. Paro o carro em uma subida, próximo a uma esquina. Fazemos boa parte do trabalho, repórter, câmera, produtora e eu, no momento apenas motorista.

Ao voltar para o veículo, me deparo com o seguinte bilhete preso ao vidro:

"Não esqueça a caixinha do franela. Deus acompanhe!" (transcrição)

Vê se pode. E eu não consegui entender como o sujeito queria que eu deixasse a tal caixinha. No local onde antes estava o carro? Se ele ainda estivesse por perto... Mas acho que, apesar da criatividade no contato com o público-alvo, nem assim eu daria o trocadinho, não costumo fazê-lo.

Criatividade: 10
Tino empresarial: 5
Estratégia para receber o retorno desejado: 0
Média: 5

domingo, 20 de maio de 2007

Quando a gente fica sem graça

Estou pensando em mudar o subtítulo do blog para: "desventuras de um projeto de repórter". O post de hoje e o próximo só foram possíveis por minhas andanças atrás de entrevistas e afins.

O primeiro 'causo' foi extremamente constrangedor, mas é comum acontecer com quem trabalha em televendas, telemarketing e teletubbies.

Estava fazendo diversas ligações para encontrar alguém que pudesse falar-me sobre determinado assunto, que não vem ao caso, e uma surpresa me atacou.

Em uma das ligações, uma senhora saca o telefone e, toda dengosa, estilo vovozinha, diz: "alôuuuu". Até aí, nada de estranho. A seguir, vim com essa: "poderia falar com o senhor Giacomo (nome fictício)?". O tom de voz da mulher mudou, senti um frio na espinha quando ela soltou um desanimado: "quem quer falar com ele, hein?".

Expliquei a situação, que era repórter da universidade, fazendo uma matéria, que precisava falar com o marido dela, blá, blá, blá...

Foi então que ela me aplicou um cruzado de esquerda: "ah, fio, ele faleceu...", com a maior tristeza do mundo, me fazendo engolir um pé em uma voadora ninja.

Não tive mais o que dizer, depois dessa, fiquei cheio de dedos para falar qualquer coisa. Em minha mente passou uma nuvem que levava uma senhorinha chorosa lembrando de todos os momentos felizes da vida em comum. Gaguejei um "ah, é, hum, ah" qualquer e desliguei sem resposta chegar.

Só para variar, a parte 'falar mal' do post será mais uma outra vez feita em uma única pergunta no final: qual é o motivo, então, para um defunto ainda estar na lista telefônica? As famílias deveriam ganhar, junto com a assistência funerária, a retirada do nome do parente morto do catálogo de números de telefones.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Queria poder matar com chinelo


Quem me dera que tudo fosse perfeito. Tudo que foi criado, foi muito bem feito, eu mesmo acho que não faria melhor, quem sabe? Mas o que está feito, está feito. A má notícia é que sempre há algum defeito, com o perdão da rima escrota.

Sábia a entidade responsável pela criação, não entrarei em méritos religiosos, pois não sei quem é o que entre os leitores e não quero me posicionar. Não importa como você pense que tudo apareceu, não negue que existem criações sem propósito.

O grande vilão do post é o vírus, maldito seja. É tão insignificante, mas faz um estrago quando anda em bando. Quadrilhas virulentas invadem nossos lindos corpinhos e nos abatem. Geram nariz escorrendo, ranho rançoso, meleca melequenta, tosse, tosse, tosse, espirros intermináveis, dores pelo corpo e outros sintomas que até Vera Verão estava careca de saber.

Essas coisas podiam ser maiores, pra poder matar na chinelada, como se mata pernilongo, barata e insetos que não sabemos o nome.

Mais uma sugestão de Elmo para possíveis modificações no Universo.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Ópera da desgraça alheia: 2º ato - O Casamento


Mês passado passei por uma situação nunca passada anteriormente. Pelo menos por mim. Acredito que por muitos. Esperei um tempo para bostar sobre para mastigar, engolir e digerir a situação um pouco.

É incrível o quanto o ser humano consegue não conseguir pensar. Como duas pessoas em sã consciência resolvem estabelecer uma vida a dois, contrair matrimônio, esfregar as escovas de dentes, sem haver um mínimo de preparo e planejamento?

Não creio nos noivos, mas que existem, existem. Noivos-não-noivos então, nem fale, esses eu conheço de perto, pois já tive o "prazer" de visitar seu habitat hostil.

Minha única intenção naquela tarde de outono era fazer um par de fotos de uma avenida para encher uma lingüiça em uma página de jornal de bairro. Ledo engano. As coisas nunca, jamais, saem como previsto. E não tem Walter Mercado ou Aparecida Liberato para me dissuadir satisfatoriamente.

No final da jornada, um casal esquisito aborda a mim e à uma colega de profissão. Pensei em tudo. Assalto. Sequestro. Pedido de informação. Proposta indecorosa. Nenhuma das anteriores. Eles dispararam, em uníssono: "Vocês querem ser testemunhas do nosso casamento?".

Como assim? Mas como desgraça pouca é bobagem, aceitamos de pronto. Depois de garantido que testemunhar casamento não gera consequências legais, assinamos a papelada. E eu tenho as fotos para provar. E o pior: durante a "cerimônia", entre aspas, porque foi tudo muito abstrato, sem convidados, sem docinhos, sem nada, a criatura que representava a parte feminina do casal dispara uma soletração do nome da filha que, suponho, se chame Ágata. Assim: H-A-J-A-T-H-A (algo como Rajatha, com o 'th' na língua, tipo inglês, mas com sotaque árabe, sei lá, terrorista...).

Qual é a probabilidade de isso ocorrer com alguma alma viva? Que tipo de pessoa esquece de levar testemunhas para um casamento civil?

Depois dessa maluquice, muitas perguntas no ar ficaram. Respondam, se puderem.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Sem espuma não limpa

"CH3(CH2)10CH2(OCH2CH2)nOSO3Na". Bonito, não? Gravem bem essa fórmula. Ela é de uma substância inventada pelos deuses. Pobres das indústrias de cosméticos que fazem um mal uso dela.

O apelido dessa maravilha é Lauril Sulfato de Sódio (SLES) e é essa a responsável por fazer espuma, além de ser um ótimo agente desengordurante.

Chega de explicações técnicas e vamos logo ao que interessa. O post de hoje é exclusivo para propor uma discussão sobre espuma, principalmente sobre shampoo que não faz espuma.

A minha indignação sobre o assunto já é antiga, mas retornou à minha mente insana há pouco tempo, quando acabou o shampoo que uso em casa. Quando isso ocorre (e tenho certeza de que não é só comigo) as pessoas geralmente usam o que estiver disponível, ou o produto de outrem, ou o sabonete, ou qualquer coisa que estiver ao alcançe.

Fui usar um shampoozinho sem-vergonha que não faz espuma e estava de bobeira no box. A primeira coisa que eu fiz foi pegar a embalagem e ler a composição. Tinha Lauril, mas deve ser em dose econômica...

Desde criança tenho a impressão de que se o lava-cabelos não fizer muita espuma, até a cabeça parecer coberta por um capacete de gesso, não estarei com a cabeleira limpa.

Fica o apelo para as empresas: mais Lauril em suas linhas de produtos.

domingo, 15 de abril de 2007

Fede, mas eu não cheiro

Nessas idas e vindas do dia-a-dia, encontramos figuras que esbanjam simpatia. Em contrapartida, não são todos que deveriam ser tão exuberantes no contato com o público.


Ontem eu passeava pelo shopping com um grupo de amigos até o ponto de não haver mais lojas para olhar vitrine e nem xongas para se fazer. Sentados em uma mesinha, começamos um papo animado, relembrando tempos remotos que não voltam nunca mais.


Ao que uma criatura se aproxima cambaleante. Sim, um mendigo meio desorientado entrou no antro do consumo (certamente sem um puto no bolso para se juntar à massa consumista) e andava exalando seu charme e, acreditem, seu cheiro. Pútrido, diga-se de passagem.


Não é que o sujeito olha para a minha face e vem na direção da mesa? Aí vem se aproximando e o aroma tornando-se cada vez mais espalhafatoso até que, finalmente, alardeia um sorriso maroto para cima dos presentes. Simpatia nota 10!


Como eu não ligo mesmo para as cagadas que a vida nos apronta, agi com a maior naturalidade que a situação poderia produzir. O mais misterioso era a forma arcaica de comunicação usada pelo indivíduo, por gestos, como Tarzan, filme mudo.


Em certo ponto da "conversa", ou "contato imediato", ele estende sua terrível mãozinha fétida para minha pessoa. Como mamãe disse para eu ser educado, o cumprimentei. Ele também promoveu sua educação para os outros, sorte das meninas que ele não se sentiu na obrigação de oferecer um beijinho de odor duvidoso. Simpático...


Mas não terminou assim, pois após perambular um pouco pelo saguão do cinema, ele voltou e eu, esperto que sou, olhei novamente. Ele fez tchau com a mão de longe e eu retornei o gesto, mas ele não se deu por contente e avizinhou-se uma última vez. Sabem pra quê? Me dar a mão para a despedida. Sem dúvida, houve outro aperto de patas. E sabe-se lá onde ele enfiou aquela mão antes.


Nojento, tchan!

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Dá pro Carlão que ele come...

Carlos era o nome do garçom. Um grupo de amigos queria se esfarrapar de comer em uma rede de fast-food árabe, cujo criador e dono é descende de italianos (?). Era um domingo, já noite, quase nove. Os clientes fizeram o pedido e ouviram a promessa de que tudo ficaria pronto em dez minutos. Há, acredito. Como comentei em posts anteriores, nada fica pronto no prazo nesse país.

Resumo do causo: uma hora depois nada tinha chegado. Consumidores exigentes teriam reclamado meia hora antes. Paspalhos demoram tanto para resmungar. Carlos disse que verificaria o andamento da solicitação.

Confessou que cometera um erro e não havia feito o pedido completo antes, mas que agora tudo sairia em velocidade inacreditável. Saiu. Todos comeram e ficaram saciados. Mas uma esfiha sobrara no prato. Constatou-se que era um item sobressalente do que fora pedido. Então uma das criaturas sentadas à mesa proclama em alto e bom som para a possível proprietária do alimento: "Dá pro Carlão que ele come!".

De pronto olhei para a boca santa que falou aquela barbaridade em público e comecei a rir. Risos vieram em resposta, mas também houveram caras de interrogação. Onde já se viu? Dentro do restaurante ficar insinuando que a cliente dê para o garçom. O que é isso? Suborno para não pagar a conta? Couver artístico?

Ai... ai... As mentes imundas e criativas são as minhas prediletas. Sempre pensam rápido e atentam para o que alguns demorariam para perceber ou nunca o fariam.

sexta-feira, 30 de março de 2007

Ópera da desgraça alheia: 1º ato - "A 3 por 4 da discórdia"

"Vai na hora? Foto na hora!", "Formulário de RG, vai foto na hora...", "Vai foto, jovem?". Não, minha senhora, não vai foto coisíssima nenhuma.


É essa a aboradgem que sofro quase todos os dias da semana ao passar em frente à galeria/lugar feio/lugar fedido/lugar de gente esquisita/lugar de piratas/lugar de lotérica lotada/lugar de qualquer coisa que não seja legal, como uma placa de um 'restaurante', que apresenta em seus dizeres: "Service Self" (!).


Espero que a descrição acima os façam ser transportados para aquele antro. Agora que já conhecem o cenário, vamos aos personagens:


Protagonista: Eu. Interpretado por um belo ator de olhos castanhos de nome Elmo. Seu drama é precisar escutar todos os dias a mesma ladaínha quando vai pegar o trem.


Coadjuvante: A mulézinha da foto. Vivida por uma atriz decadente, velha, daquelas de quinto escalão, nível contratação de SBT. Sua missão é repetir exaustivamente a mesma coisa todo santo dia, como uma papagaia desvairada. Seu figurino inclui uma plaquinha laranja, com diversas fotos franduleiras, revestida com plástico e com quatro tampinhas de garrafa, uma em cada canto, quero crer que para o plástico não grudar e para que as fotos possam ser periodicamente trocadas, de acordo com o fluxo de insolentes tiram a tal foto.


Figuração: A maior parte é a galera feia e, às vezes, "cheirosa". Transeuntes do centro da cidade. Alguns atores de aparência um pouco mais aceitável poderão ser chamados para aumentar a audiência, mas apenas como pano de fundo, para não destoar o astro.


Personagens e cenário devidamente colocados, vamos à cena: Todos os dias, o maravilhoso trabalhador sai de casa para trabalhar, mas não muito cedo, pois ele não madruga para não correr o risco de ter olheiras. Segue em sua jornada diária até o centro da cidade e se depara com a criatura com corte de cabelo dos anos 70 que pergunta se ele quer foto 3X4.

NÃO! EU NÃO QUERO! Se eu quisesse eu pediria. Cacete, não insista. Todo dia ela me vê e pergunta se eu quero foto. Se eu precisasse de foto todo dia, eu teria um depósito de documentos em casa. E não é possível que ela não me conheça. Diariamente olha pra mim e faz a mesma pergunta. Ela deve me ver de longe e pensar "Hum... lá vem ele... vou sacanear...". Depois que eu passo ela deve dar uma risadinha safada do Rabugento. Deve até contar para as amigas, "pô, peguei ele de novo".

Começo a imaginar o que acontece com as pessoas que aceitam a proposta. Abdução? Quem sabe?

sexta-feira, 23 de março de 2007

Sai água, sai!

Quem foi o débil que inventou a torneira automática? Por favor, alguém acha aquilo realmente necessário?


Os velhos tempos têm que voltar de foguetinho. É muito bom usar a torneira de casa, daquelas antigas, que giram, sabe? Está tudo tão moderno, o design do banheiro lá de casa deve mesmo estar ultrapassado. Retrô é a palavra, e nem tão retrô assim.


A torneira que tem um botão em cima, daqueles que você aperta e corre contra o tempo enquanto ele sobe e a água vai se esvaindo ainda são aceitáveis. Apesar de eu me sentir numa competição de TV toda vez que aperto o botão (como se alguém do meu lado gritasse: "Valendooo!"), precisando lavar as mãos ou, pior ainda, escovar os dentes, em tempo recorde, a automática ainda nos dá um certo conforto de uso. Contudo, ela nos desconcentra na tarefa, pois é preciso apertá-la sucessivas vezes para que o jato se renove, aí você precisa parar um pouquinho para repetir o procedimento toda a vez que a água para. Dá até vontade de levar um tijolo e colocar em cima.


Como disse anteriormente, a citada acima é "aceitável". Agora o que me moveu a escrever foi usar a torneira eletrônica. Patente do demônio, com certeza. Fora o fluxo de água inconstante, temos que nos contorcer feito lagartixas para que ela funcione. A mão precisa estar milimetricamente colocada em frente ao sensor para que a budega faça seu trabalho. Não desistir será tarefa para poucos, entre muitos que sairão com as mãos cheias de sabão por faltar água e paciência. Não é raro resquícios de espuma ficarem nas patas de todos os que usam o funesto equipamento.


Seria pedir muito se eu quisesse que as torneiras voltassem a funcionar bem como antigamente? Tá certo, é pra economizar água, mas não dava pra fazer isso com a descarga, que só seria acionada quando caísse um trolho na privada? Ou uma piscina sem água? Coloca areia, tá valendo. Quero torneiras comuns.


E uma ressalva: o único aparelho sanitário que acho no mínimo interessante é o encontrado em banheiros masculinos, nos mictórios. Você faz xixi e quando sai da frente, a descarga é acionada automaticamente, sem precisar encostar em nada. Se um é patente do demônio, esse só pode ser patente alienígena. Mulheres, vocês precisam ver. Invadam uma 'casinha' para homens e confiram.

segunda-feira, 19 de março de 2007

Gente velha é foda


Este é o post de aniversário do autor do blog. O velho do título sou eu. Está certo, nem tanto assim, mas os sinais vão surgindo.

Dores nas costas e nas pernas não são novidade, longe disso, contudo ainda deve ser resultado conjunto: Idade chegando (devagar...) + sedentarismo = dores.

O que me deixa constrangido no aniversário são as manifestações públicas em conjunto. Não só quando sou o alvo, como quando qualquer motivo gera uma manifestação escandalosa em público. Coisa de idoso.

Coisas como cantar Parabéns a você bem alto no corredor da faculdade são demais para minha cabeça. Me uno aos malucos para não morrer de vergonha.

Reclamações, ranhetices e neurastenias à parte, toda forma de carinho é bem-vinda. Não consigo me irritar, pois é uma homenagem muito "peculiar"...

E aqueles momentos de bobeira nessa época são clássicos. Toda vez na véspera eu penso: "nossa, é o último banho que tomo com 103 anos...", "pô, é a última vez que cago com 7 anos...", "caramba! é o último pedaço de pudim de jiló que como com 63 anos...", e por aí vai... O mesmo acontece no dia seguinte, é lógico, mas nesse caso, já com a idade completa, então é como se fosse a primeira vez para tudo. Mudando de ocasião, sem mudar de assunto, isso é o que sempre ocorre nos dias 31 de dezembro e primeiro de janeiro subsequente. Estou absolutamente convencido de que esse tipo de babaquice não é mania minha. Confessem.


Só para constar. Algo que me fez rir muito no dia de comemoração do meu nascimento foi: "Três de machão" (uma amiga contanto de um sujeito falando o nome do desodorante Très Marchand). E por falar em risadas, o dia me rendeu alguns assuntos para futuros posts. Aguardem.

sábado, 17 de março de 2007

Abracei o capeta

Pense em calor. Agora multiplique por 10. Essa é a potência da quentura de um estúdio de rádio sem ar condicionado.

Mas também, quem foi o amaldiçoado filho de uma ronca-e-fuça que prometeu que o aparelho iria ficar pronto até uma hora da tarde e às oito da noite ainda não tinha chegado?

É mania de brasileiro. Nada por essas bandas fica pronto no prazo. Nada. Principalmente quando é alguma coisa essencial, como um ar condicionado de uma salinha cheia de gente e sem nenhuma janela.

E tem gente que ainda dá risada da desgraça alheia. Vai rindo, vai. Enquanto ainda tem os dentes. Um dia algum meliante esquentadinho vai fazer você rir com um tropicão na rua.

Pra colaborar, a galerinha do mal colocou um ventiladorzinho safado na mesa pra dar uma aliviada. Uns quinze minutos depois e foi o bastante para o trambolinho quebrar. Um dos dentinhos de enfiar na tomada caiu. Vê se pode. E eu que acabei de falar que quem ri da desgraça dos outros perde os dentes. Imagine só, não é que o ventilador estava rindo da gente? Essa é a única explicação que me ocorre.

Que calor. Deserto do Saara é fichinha. Pode me enviar numa caixa pro Thar, pro Gobi ou pro Vale da Morte no Mojave. O clima deve ser tropical por lá, comparado ao estúdio. O povo estava derretendo, literalmente. Parecia sauna, todo mundo suado. Bi-za-rro.

Agora posso dizer com todas as letras: VISITEI O INFERNO E ABRACEI O CAPETA!

quarta-feira, 14 de março de 2007

Redundância redundante

Subir pra cima, descer pra baixo, sair pra fora, entrar pra dentro. É, meus caros amigos e minhas estimadas amigas, isso existe, não é ficção científica.

Dizem que a vingança é um prato que se come frio, pois a redundância é um prato que não se come, corre-se o risco de intoxicação. Sei que de vez em quando sai sem querer, mas continua sendo absurdo mesmo assim.

Dia desses alguns amigos e eu estávamos papeando sobre a vida alheia, e eis que um deles, de repente, não mais do que de repente, solta essa: "Missionário faz missão". Pô, se ele não fala...

Isso me impressionou muito. Eu juro que não sabia que os missionários fazem missões, assim como não tinha lobrigado que os cantores cantam, os atores atuam, as boleiras fazem bolo, os padeiros fazem pão, as cabeleireiras fazem cabelo, as prostitutas fazem sexo e os políticos fazem desvios de dinheiro...

Para quê completar o que já está completo, ou insistir de maneira desnecessária nas coisas que já estão muito bem explicadinhas, nos seus mínimos detalhes?

Hei de ser prolixo, sem jamais ser redundante.

Fato é fato, há coisas que podem ser deixadas de lado, em um esconderijo secreto chamado "subentendido". A melhor caverna que existe para guardar pedaços de frases é o "subentendido".

Deixe as coisas no ar, todo tipo delas. Seja misterioso. A vida fica bem mais aliciante quando precisamos decifrar as pessoas. Duplos-sentidos mil também valem, quanto mais, melhor. E seja esperto, procure atentar para quando alguém deixou alguma informação subentendida. Não explique o que já está explicado.

Não explique o que não tem explicação, não é necessário, também é redundante.

Já estou quase mudando de assunto, melhor parar, antes que eu me torne redundante, se é que já não me tornei.

sexta-feira, 9 de março de 2007

A goiaba e a mosca

As plantinhas e os animaizinhos são muito importantes, ponto. E eu com isso?

Pode não parecer um a boa maneira de se iniciar um post, mas o blog é meu e eu faço o que eu bem entender.


Sendo assim, hoje criticarei a parte detestável da fauna e a violência da flora. "Como?", você me perguntaria, acaso estivesse ao meu lado. Falarei de um animal, se é que posso denominá-la assim, e de uma árvore específica, para exemplificar o conjunto. Posso estar equivocado, porém acho que o nome disso é ...a parte pelo todo..., ou uma espécie de metonímia.

Direto ao assunto: há algo mais desagradável do que a mosquinha de banheiro? Não dá, toda vez que entro no banheiro me deparo com uma criaturazinha esquisita, melhor dizendo, um par de asas e antenas, porque é só isso mesmo, me observando fazendo qualquer coisa, desde escovar os dentes, até cagando, passando por nu tomando banho. Ah, eu mato mesmo. Dá licença, bicho folgado! Fato é que não é tão difícil matá-las, pois o que elas têm de incheridas, têm de burras. Lerdas que só a miséria, basta jogar um borrifo de água que elas desmancham. É a lei da compensação.


Outra indignação sobre a natureza surgiu após ouvir o barulho de uma goiaba madura despencando da árvore dia desses na faculdade. Deus me livre de estar passando embaixo da goiabeira assassina bem na hora. E olha que escapei por pouco, uns três metros que eu estivesse para a esquerda e pimba. Causa mortis no atestado de óbito: atingido por goiaba desvairada, traumatismo craniano grave.

Essa sim foi uma reclamação justa. Todo mundo tem do que se queixar. Uns têm medo de cobra, aranha e outros animais peçonhentos, ou nojo de barata, paúra de lagartixa. Eu continuo com raiva das Psychodas e das Telmatoscopus, esse díptero de nome artístico "mosca-de-banheiro", que, apesar de tudo, não tem nem a vergonha na cara de dizer que, na real, é um mosquito.

Sem mais colocações, despeço-me.

segunda-feira, 5 de março de 2007

Sobre a debilidade da mente humana

Era só o que faltava para começar bem a produção desse blog. Agora não faltará mais. Era realmente preciso criticar a mente do "ser pensante" conhecido como humano, ou melhor, homo sapiens, ou ainda melhor homo sapiens sapiens. A melhor descrição científica deveria ser homo non sapiens. Sensacional a maneira como o humanóide se comporta às vezes.

O fato que me moveu a escrever esse post veio da minha própria cachola, que de vez em quando solta umas asneiras.

Tinha acabado de desembarcar na faculdade quando encontrei uma amiga, que trazia junto ao peito um livro, um tanto velho, que logo imaginei ser da biblioteca. Aí pensei: "puxa, será que é um livro obrigatório do qual não tomei conhecimento?" - tá certo, não foi assim que pensei, tão bonito, deve ter sido algo do gênero: "cacete, mais um livro chato e antigo...".

Depois de cumprimentá-la, empurrei o fichário dela para longe do corpo até o ponto em que conseguisse enxergar a capa do tal volume. Ao contemplar o título da obra ("História da economia no Brasil", ou qualquer coisa assim) pensei "Boa Sorte", para que ela se divertisse com interessantíssima leitura, mas minha língua de trapo correu na frente da mente e eu disse: "Boa Tarde!", com a maior convicção do mundo, com tom de quem disse Boa Sorte de fato. Sei lá viu...

Mais esquisito ainda foram as lembranças que o fato gerou. Vou começar com a minha:

No ano passado, no aniversário do meu irmão, houve uma festinha. Até aí tudo normal. A demência ocorreu no final dela. Uma amiga da família decidiu que era hora de partir, se retirar, escafeder-se. Eis que começou sua despedida. Beijinho pra lá, beijinho pra cá, tchau aqui, tchau acolá. Quando foi a minha vez e ela me deu um beijo, dizendo "Tchau!", como fizera com todos os conhecidos anteriores, eu respondi, mais rápido do que um peido: "Tudo bem!". Como assim "tudo bem"? Tá louco. E olha que eu não bebo...

Há também mais duas estórias, de amigas de transporte, da van (perua, micro, ônibuzinho, como queiram). A primeira revela um pouco da inconsistência do pensamento e a rapidez das palavras. A garota dá um encontrão com uma menina andando pela rua e diz, com segurança: "Obrigada!". De onde saiu esse "obrigada"? Isso sim é excesso de boas maneiras. (risos) Um "me desculpe" cairia melhor.

Deixei essa para o final, pois foi a que mais gargalhadas rendeu, em todas as vezes e lugares onde foi contada.

Certo dia, a moçoila estava em casa, distraída, quando a campainha ribombou pela residência. Velozmente correu até a janela, abriu-a e perguntou para quem tinha apertado o botão do bling-blong: "Alô?" ... Alguém precisa avisar essa criatura que janela não é telefone!

Foram apenas instantes de cabecice de todos os citados, mas deixo claro, pelo menos no âmbito pessoal, que todos os personagens do post são pessoas muito queridas a mim e figuras maravilhosas, inclusive este que vos escreve.

Burramente me despeço por agora.

Tudo bem!

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Santa Educação, rogai por nós!

Não, não estou falando de uma nova santa brasileira na fila para ser apresentada pelo Papa em sua jornada ao Brasil. Até porque se fosse santa brasileira poderia ter qualquer nome, menos educação, e não estou falando em educação no sentido de ir à escola, estou falando de boas maneiras, de polidez no tratamento com as pessoas.

Repórter/estudante sofre. Sem querer ser ingrato, mas já sendo, como diria Johnson Aires, o filósofo que tem um programa na Globo, hoje eu me deparei com uma figura das mais assustadores para alguém que pretende ganhar a vida entrevistando pessoas por ser curioso em demasia.

Adivinhem, era político. Surpresos? Espero que não, pois assim saberei que ainda existe senso de simancol no povo brasileiro, ou numa pequena parcela dele.

Obviamente existem exceções que confirmam a regra, mas não estou aqui para falar bem...

O cara, além de me atender com atraso - logo eu, que durmo tarde tarde da noite e acordei lá pelas sete e meia da madrugada para falar com o indivíduo -, me tratou com a maior má vontade. Se bem que dizem que o cara é assim mesmo, naturalmente. Ah! faça-me o favor, vá catar coquinho. Se é pra receber a "imprensa" com um mal-humor guenzo de meia-tigela, é melhor ficar trancado assinando papel.

Ele falou baixo, como se estivesse sussurrando no ouvido da Scheila e como se a sala estivesse vazia, o que não ocorrera. O tiuzo me recebeu com uma festa privé rolando na sala. Uns quatro machos falando bem alto, estragando todo o som da entrevista. Dá pra ouvir mais a conversa de um deles ao celular do que o dito entrevistado. Conclusão: usei só o que foi gravado durante curtissimos espaços de pseudo-silêncio.

Só pra encerrar, quero comparar a situação descrita acima com a que ocorreu logo a seguir. Depois de sair um pouco meio frustrado da entrevista, visitei um comerciante (camelô) para a mesma matéria. E agora? Conseguem adivinhar o que aconteceu?

O "Passarinho", apelido do senhor que me concedeu a entrevista subsequente, foi super simpático e prestativo, mas ficou com um pouco de receio de revelar seu verdadeiro nome para a "imprensa" novamente, pois já fora sacaneado por uma criatura que se auto-denomina jornalista. É esse tipo de gente que estraga a imagem de toda uma categoria. Infelizmente acontece.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Carne da Val?

O carnaval já está quase no fim, ou melhor, já está no fim, e muito em brve o ano começa de verdade no país. Como diria o filósofo: "difícil agora é aguentar o intervalo entre o carnaval e o natal...".


Mas não estou aqui para falar muito do carnaval em si. Estou aqui para falar mal, certo? Então comecemos.


A cobertura desse ano se resume em uma palavra: porca. O serviço foi mal feito.


A Band e sua transmissão do carnaval da Bahia foi o de costume: gente bonita no comando, entre elas a band-novata Renata Fan e a exceção chamada Betinho, o patinho feio do Band Folia. Apesar de tudo, não me convenceu, pois a transmissão dos circuitos dos trios torna-se repetitiva. Deve ser realmente um espetáculo da natureza estar no tal lugar nessa data cabalística brasileira, mas curtindo um trio por vez e não a enxurrada mostrada na TV, até porque as músicas tocam e "re-tocam" diversas vezes. Daniela Mercury canta suas músicas, canta as da Margarete Menezes, cantas as do Asa de Águia, as do Jamil, as do Caetano e as do Gil, entre outras. Eis que entra Margarete cantando seu próprio repertório e o repertório alheio. Bom, acho que deu pra entender. Todos cantam todos e não é difícil eles se trombarem pelos trios e cantarem juntos tudo outra vez. "We are Carnaval, We are folia, We are the world of Carnaval, We are Bahia..." We are uma entidade cultural... Resumindo: "Eu não tô na Band!", apenas zapeadas rápidas e já tá de bom tamanho.


Agora fantástico mesmo é a Globo. Não sei o que aconteceu, mas tava ruim de sair a cobertura. Respeito muito o Chico Pinheiro, mas ele e sua turma de transmissão não conseguiram fazer tudo esse ano. Coitados, é muita coisa. Fora isso, deveriam estar com sono.


Já foi melhor. Erros perspassaram o Carnaval na TV plim-plim. Só para citar: Luciana Guimenez? quem é essa?, trocaram e insistiram na troca do nome da apresentadora Janaína Barbosa com a outra mulher à frente da bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel, fora os foras com nomes, ou melhor, falta de nomes. Várias celebridades não foram creditadas. Algumas: Ailton Graça, Frank Aguiar, Bam-Bam (sinceramente, esse foi melhor não terem creditado, mas veja lá, ele foi o vencedor do BBB1, prata da casa...), Nelson Freitas e outros do Zorra Total. São os que me vieram à cabeça agora.


Fora o mal-humor de Maurício Kubrusly (não sei se é assim que se escreve e não vou recorrer ao google para confirmar). E as patadas de Leci que insistia que já tinha respondido as perguntas feitas pelos internautas. Bom, isso da Leci eu não vi, mas me contaram e eu acreditei.


Mas o mais engraçado foi o vácuo do Fábio Turci, coitado. O repórter foi convocado e entrevistaria Ellen Roche (ou Rocha, como diz Faustão) na concentração do sambódromo, mas demorou tanto para fazer a pergunta que quando a moça foi responder, alguém da escola Rosas de Ouro a puxou dizendo que o desfile começaria... No comments.


Só para constar. A RedeTV! voltou com sua cobertura humilde de bastidores por não possuir direitos de transmissão de nada. Léo Aquila de mulher - quando pseudo candidato ele não disse que iria parar de se travestir? - destilava palavras de inocência no Carnaval. Mostrando closes de bundas caídas e entrevistas com astros do segundo escalão. Esse é o ponto alto da cobertura da TV aberta caçulinha brasileira. Se esse é o ponto alto, imagina o resto. Destaque também para Nélio Junior, acho que é esse o nome, tentando fazer sensacionalismo na concentração por conta de um folião desregulado que queria entrar depois que o desfile começara e sua ala passara. Pena que não rolou Pânico esse ano. E a RedeTV! perdeu a chance.


E agora vamos aguardar as fortes emoções que estão por vir em 2007.