quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Velhas cantadas, cantadas velhas, cantadas de velhas

Mulher reclama de cantada bizarra que é obrigada a ouvir. Elas têm razão. Compreendi isso ao passar na pele por algo semelhante.

O cenário é um baile da terceira idade. Muitas velhinhas e velhinhos animadíssimos, alguns tão animados ao ponto de eu não ter o mínimo desejo de levar minha avó a um ambiente como aquele.

Eu estava circulando por ali como função do meu estágio. Cobrir o evento e tudo mais. O grande problema foi quando me pediram que acompanhasse uma mulher que iria divulgar um bazar beneficiente.

Como bom pau mandado, fui sem pestanejar. Ao chegar no salão de baile, ocorreu o choque da minha acompanhada: tinha muito mais gente ali do que ela podia imaginar.

Ficou toda ouriçada e começou a distribuição de filipetas xerocadas, mal-feitas que só elas. Logo de cara, uma senhora pegou o papel e logo depois olhou para mim e disse: "Nossa! Que moreno lindo!" (de onde ela tirou isso?).

A camarada que eu auxiliava demorava muito para entregar o pedaço de papel, explicando em detalhes o evento que estava descrito na singela propaganda. Um baita lero-lero. Bastava ler para entender.

Irritado com a demora, peguei metade do calhamaço de papel e fui distribuir do outro lado do salão.

Mulheres devassas vieram ao meu encontro. Foi aí que precisei aguentar a seguinte bomba:

─ E aí? Você não dança? ─ lançou uma mulher esquisita.

─ Não, tô trabalhando... ─ respondi vagamente.

─ Faz o que aqui? ─ insistiu.

─ Estagiário de comunicação. ─ tentando me livrar, dei uma resposta seca.

─ E não tá comunicando por quê? ─ cutucou a estranha.

─ Estou acompanhando a moça aqui. ─ cabeceando em direção da colega.

─ Ah! ─ exclamou, antes de finalizar: ─ E não quer vir se comunicar ali comigo?

Dei uma risada forçada e pensei: "Ah, minha senhora. Olha bem pra sua cara de sapo. Tem idade pra ser minha avó."

Antes do fim, ainda precisei escutar alguns "o bonitinho não dança?", "vamos pra pista?", e outras barbaridades.

Vê se pode? Só recebo cantada de velha. Algum problema eu tenho...

sábado, 18 de agosto de 2007

De onde saiu esse poste?

Essa semana sofri um acidente de percurso. Obviamente todo mundo já fez isso. O caso é que, ao passar por um beco da faculdade para sair, tropiquei em um pequeno poste de ferro. A trombada só não tomou proporções calamitosas porque eu estava com os braços esticados enquanto caminhava. Isso salvou meus filhos, se é que me entendem...

Só gostaria de saber de onde saem as coisas que ficam no nosso caminho quando precisamos passar? Elas brotam, só pode.

Agora me pergunte, leitor desocupado, qual é a razão para alguém andar com os braços esticados e catastróficamente dar um encontrão com um objeto no percurso?

Respondo: o imbecil, ao invés de andar por aí prestando atenção no que está pela frente, fica mexendo no celular. Tropeça na certa. E muito bem feito, por sinal. E com certeza já desviei daquela coisinha milhares de vezes, mas a distração é um mal da humanidade.

Lições da vida. Olhe por onde andas e te direi quem és.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Quem é esperto observa e aprende com a cagada alheia

Quando é que as pessoas vão aprender a burlar certas regras de modo eficiente, sem deixar rastros ou correr riscos de serem pegas?

Hoje eu presenciei algo no mínimo bizarro. Uma de minhas amigas de faculdade passou normalmente pela catraca da entrada, que é liberada com o uso da carteirinha de estudante. Até aí, tudo certo. E a solidariedade entrou em cena.

Ao ver uma outra amiga vasculhar a bolsa, em uma busca incessante pela carteirinha, sem sucesso, resolveu colaborar com o bem-estar da humanidade e facilitar a entrada passando novamente a carteirinha na catraca, para que fosse liberada logo e para que as duas pudessem entrar pululantes, animadas para a aula.

Mas a segurança estava de olho. E com eles é assim: viu, tomou!

Tomou mesmo. Tomaram a carteirinha dela. O mico prosseguiu, pois foi preciso retirar a carteirinha na sala da segurança e realizar uma espécie de "B.O." de baixo risco. Agora tenho uma amiga com o nome manchado no sistema. Para encerrar, o segurança, tentando ser carrancudo, sem ser lá muito convincente, proclamou: "Na próxima vez, a faculdade vai tomar ação através da coordenadoria por meios legais. Suspensão, expulsão...".

Tá bom, tá bom. Ela não faz mais. Eu prometo.