sábado, 29 de setembro de 2007

Ópera da desgraça alheia: 3º ato - Controle de som


Um detalhe pode estragar o lazer de qualquer ser humano.

Esse é o mote de hoje. Por que as coisas são passíveis de quebra? Tudo o que temos deveria vir com um dispositivo anti-quebra.

Digo o que digo para expressar toda a perda que um botãozinho pode causar.

Estou muito habituado a ouvir músicas em um apetrechinho tecnológico de 8 centímetros, que carrega horas e horas de entretenimento para filas, transporte público, aula chata, viagem á Lua... Os fios pendurados em minhas orelhas já pulsam como parte do meu organismo, acostumado que estou com a presença dos fones no meu ouvido.

Há alguns dias o botão para reduzir o volume do som quebrou. Só para reduzir. Aumentar ele aumenta que só ele, uma beleza. E quebrou quando o aparelho estava no volume máximo. Minha vida mudou desde então...

O rádio FM embutido tem o controle de volume independente e está baixo. "Ufa! Pelo menos isso." Que nada! Agora me desconcentro o tempo todo por conta dos chiados, intervalos comerciais e falatório dos locutores sobre promoções. Assim não dá! Não aguento mais não poder andar pela rua escutando as músicas que eu realmente quero ouvir...

Alguém aí sabe concertar minha diversão?

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Mediador estraga tudo

Estive em um seminário essa semana. Tudo durou dois dias, carga horária de 16 horas. Oito horas por dia mais uma hora de almoço.

Deixando a matemática de lado, parto para o assunto.

Dentre muito blábláblá, reconheço que houveram momentos aproveitáveis, mas um caso particular me chamou a atenção.

Um senhor fora convidado para palestrar. Estava tão perdido, pobrezinho. Nem ao menos sabia que a participação dele seria para dar uma palestra.

A organização do evento (muito mal organizado, diga-se de passagem, com milhares de atrasos e gente mal preparada para falar) viu-se obrigada a mudar o cronograma. O antes palestrante transformou-se em mediador.

Um dos presentes apresentou seu power point rapidamente, graças a Deus, e passou a palavra ao mediador. Se não estou enganado, o tal deveria comentar o que fora apresentado, talvez propor outro debate, e passar novamente a palavra ao terceiro sujeito.

Não foi o que aconteceu. Daí por diante foram 40 minutos de falatório repetitivo, em todos os sentidos. Sem estar preparado, o cara gaguejava mais do que o porquinho da Warner. Da da da. Uma uma uma. É é é. Mas mas mas. Passei a prestar atenção na gagueirae chegou a um ponto que eu já sabia exatamente em quais pontos ele tropeçaria. A sentença "só para finalizar rapidinho" foi proferida incontáveis vezes.

Uma chuva de aplausos ansiosos irromperam ao fim, com direito a gritos de "até que enfim" e outros.

O terceiro palestrante falou. Foi rápido. Hora da rodada de perguntas. Logo na primeira para o primeiro palestrante, acredito que ocorreu o ápice do evento. Antes de responder, ele disse: "Vou tentar ser sucinto, já que o mediador falou mais do que nós, palestrantes..."

Foi uma salva de palmas, vivas e êêêê's digna de espetáculo Shakespeariano.

Toma essa!

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

O verdadeiro e legítimo ensino à distância

Abstraiam. Proponho agora um exercício de imaginação, principalmente para você, estudante de exatas, biológicas ou qualquer coisa do gênero.

Imagine uma sala de aula. Ou melhor, um laboratório de informática com uma professora sentada em uma das primeiras fileiras de computadores.

Imagine um aluno, que no momento escreve um texto para o blog.

Questão: Por que o aluno escreve um texto para um blog, se a professora está na sala?

Rá! Eu vos apresento ao revolucionário sistema de ensino semi-aprendizado, semi-aula, semi-faz-vir-à-toa, mais conhecido como "vá para a faculdade bater um papo de dois minutos com a professora, não faça mais porra nenhuma e volte para casa frustrado".

Pago R$ 800,00 para freqüentar um curso superior que me obriga a me virar fora do horário de aula para desenvolver projetos. E ainda por cima me enrola enquanto estou no espaço físico da Universidade.

Não é genial?

Só para constar. Não que eu faça questão de ficar na aula ouvindo horas de conversa fiada de docente enchendo a grade curricular. Seria melhor ficar em casa, me divertindo com outros projetos pessoais. Se minhas horas de trabalho universitário realizado fora da sala de aula fossem somadas e descontadas, eu não precisaria realmente vir para a faculdade.

Espero ter sido suficientemente claro. Dúvidas, classe?

sábado, 1 de setembro de 2007

Estilingada pública em dupla

Sinto que esse será o post com assunto mais escatológico que escrevi até então.

Estava eu, sozinho, parado em uma esquina, por volta das 18 horas, esperando uma companhia que iria pegar o mesmo busão que eu para ir ao mesmo lugar.

Combinado para às 18h05, horário pontualmente cumprido por mim, o encontro só aconteceu às 18h11. E muita coisa pode acontecer em seis minutos.

Duas figuras caminhavam à claridade da iluminação pública. Uma dupla de meninas trôpegas formou-se ao longe e veio em minha direção. Elas estavam rindo alto e uma colada na outra. Estranheza causou, mas não espanto. Espanto mesmo foi com o que se seguiu.

Elas começaram a brigar para tirar a calcinha da outra do rêgo. Brincadeira saudável. Bem propícia para se fazer no meio da rua.

Afim de furunfar? Vai pra casa, pro motel, pra um buraco qualquer. Mas tirar calcinha da bunda uma da outra em público foi demais para mim. Vulgaridade exalando pelos poros das criaturas.

E é por essas e outras que amo a cidade de São Paulo. Ela me rende posts naturalmente. Bastam seis minutos parado em uma esquina.