segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Apocalipse?


Essa semana eu já fiquei puto com um circo que foi armado e acabou na maior merda.

Quem não esteve em Marte nos últimos sete dias provavelmente já sabe a que me refiro.

Um certo ex-namorado resolveu que, por não ter algo melhor com que se preocupar, ia sequestrar a ex-namoradinha para chamar a atenção.


De modo simplificado e simplista, foi isso. Mas se formos parar para pensar, o filho da puta já tava com a cabeça muito perturbada quando resolveu começar a 'brincadeira'. Estar armado e com munição suficiente para acabar com o exército da Geórgia indica as intenções maléficas do cara.
Bater na menina a semana inteira e terminar dando dois tiros, que, infortunadamente, ocasionarm o precoce óbito dela, não me parece caso de simples desespero.

E fica provado de A a Z que obcessão é uma doença terrível. Estar obcecado e inconformado geraram uma gota que escorregou na montanha e carregou a bola de neve que presenciamos em tempo real.

Aliás, desde a morte de uma garotinha jogada da janela no começo do ano, não tinhamos tal chance de a mídia cair em cima da carniça como agora.
É por essas e outras que de vez em quando tenho vergonha da profissão que escolhi e me convenço que reportagem não é coisa para mim. Não estou disposto a correr o risco de ficar bisbilhotando o sofrimento alheio em troca de guerrinhas de audiência, furos que não acrescentam nada e logo cairão no ostracismo, mais e mais publicidade, e dinheiro, claro.

E tem gente que se compadece dele, coitado, não sabia o que fazia, ficou com medo, é culpa da pressão da imprensa. É... imagino mesmo a pressão da imprensa foi tanta... O mais curioso é que para falar por telefone ao vivo em um programinha sensacionalista com uma apresentadora equivalente ele não se incomodou...

Fora a atuação da polícia, que não entendi. Deixar um seqüestro assim se arrastar do modo como foi feito, cumprindo toda e qualquer exigência do desgraçado, não tentar a invasão antes, não aproveitar os possíveis brechas quando ele dormia. Enfim, eu não sou ninguém para questionar protocolos de tão alto escalão e grau de periculosidade. Estou aqui para reclamar e o que eu vi me deixou com muita vontade de reclamar.


São tantas as queixas que eu podia jogar aqui só por conta do estalo que esse caso me deu... Mas eu começaria a libertar demais meu lado chato-dramático-exagerado e ia descontrolar na escrita.


E que eu seja absolvido por ter desejado que esse sujeito apanhasse até morrer. Todo mundo tem seu instinto selvagem, pena que nem todos conseguem controlá-lo e ficar só na esfera do "desejo".