sábado, 8 de novembro de 2008

Saio do trabalho, mas o trabalho não sai de mim

Para quem ainda não sabe, eu trabalho em uma instituição de caráter socio-cultural-esportivo-educativo. Como bom estagiário que sou, sempre peço ingressos grátis para assistir a shows, peças de teatro, filmes, intervenções artísticas, ou qualquer outra coisa bacana que aconteça.

Hoje não foi diferente. Fui fantasiado de público a um show super jóia. Estava tudo divertido. Aí chega aquele momento de quase fim de show no qual as pessoas correm para a frente do palco para se pendurar e tirar milhares de fotos.

Até aí, tudo bem, como sempre. Porém, a normalidade das coisas foram quebradas por duas fãz descontroladas do cantor. Elas sentaram no palco pra tirar suas lindas fotografias. O caso é que elas começaram a causar um certo desconforto geral na platéia próxima e até um ar de incômodo perspassou pelo semblante do artista.

Meu alarme começou a soar, começou a me formigar a língua e eu comecei a esboçar uma reação. Perguntei à minha acompanhante se deveria agir. Com o empurrãozinho que faltava, não hesitei e pedi educadamente que as duas descessem. Uma delas respondeu muito bem ao meu pedido. A outra não tanto.

A mulher, que deveria se envergonhar da passada de limite na idade em que se encontrava, desceu quando eu disse "por favor, senhora, eu trabalho aqui e peço para que desça para não dar problema...". Mas aí, já no chão, me mediu de cima abaixo e eu li em seus lábios os comentários que fazia para as amigas em volta. Eram coisas do tipo "ele nem deve trabalhar aqui", "nem tá de crachá", "que folgado". Pois aí ela sentou novamente no palco e começou a fotografar o artista bem de perto. Saquei meu crachá, coloquei à vista pra dar uma carteirada básica. Cutuquei-a com mais afinco e pedi que descesse. Ela fez que não viu. Dei um puxão no ombro pra que ela me olhasse (e visse bem o crachá) e disse: "você está duvidando que eu trabalho aqui? eu não estou brincando. você já tirou a sua foto, agora desce!".

Ficou sem graça, coitada...

Nem ligo...

E nem era meu ambiente de trabalho mesmo... apenas uma das unidades da empresa...

Eu quero é mais...