quarta-feira, 13 de maio de 2009

Ideias Brilhantes

Ontem foi um dia de cão em certos aspectos. Foi cheio. Pra começar, acordei às 7h e tendo dormido menos de 8h, fato que sozinho já faz tudo mais difícil.

E bem nesse dia, me deparo com duas pérolas da humanidade.

A primeira delas eu encontrei no meio da tarde, lás pelas 15h, quando o Sol já está descendo e fica meio na diagonal.

Entrei numa agência bancária para realizar dois depósitos, coisa simples, digitar uns numerozinhos e enfiar dois envelopes, cada um com duas notinhas, num caixa eletrônico.

O homo sapiens responsável pela invenção desse sistema era alguém genial. Você vai lá e resolve seus problemas sozinho. Pena que a invenção não é bem aplicada na maioria das vezes: é ótimo entrar numa agência que tem três caixas desse modelo na entrada e só um está funcionando, ocasionando uma fila indesejável.

Agora deixem que eu diga qual é a ideia brilhante da cena. Os três caixas eletrônicos, com telas super modernas de toque e com esqueminha no vidro para proteger de olhos curiosos, são na entrada da agência, ao lado do vidro (vitrine) e virados para onde o Sol se põe.

Conclusão: depois do meio-dia, quando o astro-rei começa a cair, especialmente entre as 14h e as 17h, a luminosidade incide justamente nas telas, fazendo tudo praticamente desaparecer delas.

Realizei o processo todo com um esforço sobre-humano, me curvando em cima da tela pra fazer sombra, fazendo cabaninha com as mãos. Uma situação das mais ridículas. Mas consegui depositar os dinheiros, pois sou guerreiro.

Queria saber quem foi o gênio que colocou os caixas virados pro Sol ao lado de uma parede de vidro. Ninguém parou pra pensar no que aconteceria em um horário no qual tanta gente vai usá-los. Projetar e pensar pra quê? Dá muito trabalho, né?

A segunda genialidade foi no final do dia, lá pelas 19h. Estava eu no carro, prestes a subir uma ladeira caprichada aqui da cidade. Há um semáforo no topo. Assim, os carros esperam na parte baixa pra subir quando abre o sinal.

Um carro velho estava parado na minha frente, visivelmente quebrado por ter tentado subir sem sucesso. À frente dele, um carro mais novo estava parado. Minha cabeça processou a informação na mesma hora: carro velho quebrado + carro novo na frente = um vai puxar o outro. Que ideia mais batuta!

Dito e feito. Imagino que já sabem o que aconteceu, mas não custa contar. Quando o semáforo ficou verde, os carros das duas faixas começaram a subir desenfreadamente. A galera pisa fundo pra subir ali. A corda, obviamente, arrebentou. Não podia ser diferente, o cara tava justo na minha frente. Aquele era o momento certo pra ele se desprender e descer pra cima de mim. Parece de propósito.

Aí vinha vindo aquele carro de ré, cada vez mais perto, e o jumento do motorista nem pra puxar o freio de mão. Era um carro vindo descendo pra cima de mim, vários vindo de trás me empurrando com pressa de subir e outros tantos galgando os metros de subida ao lado.

Foi então que percebi porquê eles fazem psicotécnico na gente. Precisei pensar muito rápido pra não causar um desastre.

Dei uma guinada no volante, quase acertando um importado que passava no lado direito, mas habilidosamente [/modéstia] desviando entre ele e a jeringonça que ainda descia desabalada.

Enfiei a mão na buzina enquanto subia. Fiquei com dor nos braços e ganhei uma descarga de adrenalina grátis.

Que tipo de anomalia cerebral faz uma criatura pegar a corda que a filha usa pra pular na rua e amarra um carro no outro? Mais uma ideia brilhante.

Dias assim acontecem comigo e devem acontecer com todo mundo, não é possível.