segunda-feira, 30 de março de 2009

Não tem jantar? Dá-se um jeito

Ontem fui de bicão num casamento. O irmão de uma amiga foi o padrinho e sobrou um convite da família dele. Já entenderam como tudo aconteceu, né?


Ser bicão não é o tema do post. Depois de rir durante toda a cerimônia, sentir uma fome sem fim ao sentir o cheiro de pipoca que invadia a igreja na hora do "sim"e comer a pipoca na saída, seguimos para a festa. A festa, essa sim, é o motivo para eu escrever. Mais precisamente, o tema é a refeição.

Chegando lá, cumprimentei os noivos e desejei felicidades como se os conhecesse há dezenas de anos e logo depois começou a comilança.

Era bolinha de queijo, de carne seca, coxinha, esfiha, kibinho e todos aqueles salgadinhos irresistíveis de festa, que não acabava mais.

Quando já tínhamos experimentado uma gama bem variada de petiscos, bateu uma dúvida e minha amiga me perguntou: "Será que vai ter jantar? Porque aí a gente num se entope de salgadinho pra poder comer o jantar... Outro dia fui num casamento que serviram um monte de salgado e no final teve mesa de massas. Eu quase não comi..."

A partir daí, minha mente só me dizia "mesa de massas, mesa de massas, mesa de massas".


Foi então que eu falei: "Nem sei se vai ter, vamos perguntar para a próxima pessoa do buffet que passar?"

E ela: "Pergunta, ué."

Encorajado assim, não hesitei. Passou uma garçonete com uma bandeja, nos ofereceu, e eu perguntei: "Vai ter jantar? Mais tarde?"

A garçonete disseu que não... aí meti a mão na bandeja, peguei duas bolinhas de queijo, virei pra minha companhia e disse: "Então eu vou me entupir de salgadinho!"

A garçonete riu, virou as costas e partiu, provavelmente pensando que eu sou um esfomeado que esteve preso numa ilha durante 100 dias. Minha amiga morreu de vergonha e chorou de rir.

Quando fui contar a história, recebi o adjetivo mais adequado ao meu estilo de ser em festas: esganado.

E eu lá sou homem de ir em festa pra fazer desfeita? Me chamou, é porque quer que eu coma e depois fale bem da festa, que estava tudo muito bem servido.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Meu nome não é grego


- Mas eu posso anotar o recado e pedir pra te ligarem depois, pode ser? - escutei em meio ao chiado do outro lado da linha.

- Claro! Eu agradeço.

- Como é seu nome?

- É Elmo. - tentando ser o mais claro possível.

- Como?

- Eellmmoo... - falando devagar pra ver se entende.

- Elton?

- Não, El-mo. - já tentando separar as sílabas

- Elvis? - é... e eu não morri...

- Não, não. É Elmo, com eme. E-L-M-O. - com soletração no final.

- Ene? De navio?

- Não. Eme de macaco. - com vontade de dizer "eme de MEODEOS, que pessoa lenta"

- Ah! Sim. Elmo.

- Qual era o recado que eu ia deixar mesmo?

- Hum... não me lembro...

- Então deixa pra lá, se eu lembrar eu retorno.

- Tá ok, então, sr. Elbo.

tu tu tu

É isso que dá ter um nome diferente do trivial João e José. Mas graças ao ótimo senso dos meus pais, meu nome é curto e, para mim, bonito. Ter dáblios, ípsilones e milhares de letras dobradas deve ser ainda pior. Mas o que me irrita é a falta de atenção das pessoas.

Uma vez, por um acaso da vida, quando eu era criança, fui pedir um autógrafo para uma loira do showbiz* em um evento num shopping aqui da região.

No meio da multidão, ela perguntou: "Qual o seu nome, lindo?" (o lindo foi por minha conta, mas me deixa, porque a história é minha e eu coloco caco onde eu quiser)

"É Elmo", respondi, pobre e inocente.

Aí ficou naquele joguinho de adivinhação "Elvis", "Hélio", "Elson"... Até que eu perdi a paciência e soletrei alto: "E - L - M - O, com eme de machado".

Ela fez uma cara de compreensão súbita, como se todas as coisas do universo fizessem sentido e exclamou: "Ah...!"

Ela assinou e me entregou o cartão postal com uma foto dela. Fui ler. Me deparei com um "Elba, um beijo enorme".

Elba? ELBA?... é o caralho de rodinhas mesmo. Tanto trabalho por tão pouca bosta e ela ainda me erra o nome soletrado cuidadosamente.

Peço a todos, encarecidamente, que prestem bastante atenção pra entender nomes difíceis em poucas tentativas. Um "o quê?" é normal, dois "como é?" são de bom tamanho, mas três "repete, por favor", já é demais.

*showbiz: leia-se rebola, mostra a bunda, "canta" e "dança"

sexta-feira, 13 de março de 2009

Esse tal desemprego ainda me mata (de tédio)

É muito difícil estar sem emprego. E não é só pela falta de dinheiro, que é a razão mais óbvia para não gostar de ser desocupado. Algumas outras coisas também me deixam puto.

Um dos grandes problemas é eu ter me acostumado ao tédio. Tento me convencer diariamente de que cansei de não fazer nada, cansei de descansar. Mas isso não é propriamente a maior verdade da história da humanidade.

Degladio-me entre estar na ativa, fazendo refeições em horários corretos, me movimentando por aí no transporte público, produzindo alguma coisa, faturar um pouco, e continuar assim, o dia todo na internet, assistindo programações aleatórias na TV e ouvindo músicas sem prestar muita atenção.

A situação tá chegando ao ponto de eu procurar emprego com medo de achar. Mas o medo direciona-se a achar algo e não gostar. Eu quero trabalhar, mas para ganhar bem e atuar em algo divertido. É pedir demais?

E sabe o que é mais legal do meu desemprego? É ele nem ser considerado oficialmente desemprego. Eu estou boiando no purgatório profissional. Não sou mais estudante, não sou mais estagiário e nem posso mais ser. Por ter sido estagiário, muitas empresas não consideram que eu tenha experiência profissional (e mal sabem que eu trabalhava muito mais e muito melhor do que vários funcionários efetivos da empresa). Nunca tive carteira assinada, e a lei diz que só está desempregado quem já teve emprego um dia. Portanto, não sou empregado, mas tampouco sou desempregado.

Galera, eu nem sei quem sou.

E eu bem podia aproveitar esse tempo livre para trabalhar em meus projetos pessoais, mas nem isso estou motivado a fazer.

Alguém conhece alguma motivação boa pra eu usar? Tô precisando.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Protesto contra o calor


Estou exausto. E não fiz nada o dia todo. Esse é o efeito que esse calor todo me provoca.

De onde vem tanto calor? A Terra deve estar pegando fogo e eu não reparei. Nero deve ter feito alguma estripulia na atmosfera. Não há meteorologista que consiga me dar razões plausíveis para tal nível de quentura.

Fico pingando suor pelos cantos da casa. Tomo banho e reparo o suor se formando na testa enquanto lavo o resto do corpo. É absurdo.

O ventilador no teto do quarto não resolve muito. Os litros de Coca-cola, chá gelado, sorvete e afins consumidos não ajudam.

Mal consigo me concentrar para falar mal desse calorão. Escrever se torna uma tarefa complicada quando dividida com me abanar e secar o suor da testa.

As pessoas todas ao meu redor ficam reclamonas, criticando o clima. Nem o Sol agüenta mais e está pensando em se mudar para um país um pouco menos tropical.

Por favor, alguém tome alguma providência para diminuir a temperatura?

Ah! E não me venham com frios árticos também. Que venha o meio-termo. Porque se vier frio demais, aí virá junto um outro post chato para reclamar de temperatura.