domingo, 24 de junho de 2007

Festas pra que te quero

Aniversário é uma coisa complicada. Aposto quanto for que o assunto do post não se restringe a este que vos escreve.

Eu nunca (ressaltem o nunca) sou chamado para comparecer a eventos sociais denominados "festas de aniversário". Quando o sou, é pra mais de uma ao mesmo tempo.

Por que as pessoas organizam suas comemorações em dias que coincidem? Notem que a semana tem sete dias, mas apenas um deles é propício para comemorações: o sábado. Então um sábado corre o risco de ser alvo de pessoas que fizeram aniversário durante a semana diretamente anterior a ele, ou daquelas que o farão na semana diretamente posterior, ou por aqueles que comemoram seus anos bem fora da data esperada.

Conclusão: essa semana convidaram-me para duas. No mesmo sábado. Horário? Incrivelmente ambas marcadas para quando o ponteiro pequeno estivesse no 9 e o grande no 12.

Após ameaças vorazes de chateação eterna para comigo, decidi dar uma de onipresente e comparecer aos dois encontros.

Ao primeiro cheguei no horário marcado. Logo de cara tirei milhares de fotos. Agora penso que foi para desencargo de consciência, para provar de algum modo que fui o convidado que foi, mas foi embora primeiro. Aliás, essa primeira festa tinha um defeito homérico: só chegava homem. Para cada mulher presente havia no mínimo 7 rapazes. Só não fiquei até o fim para fazer a conta final, embora acredite que nada tenha mudado.

A segunda festa foi mais informal. Barzinho. Amigos. Garçom que demora a atender. Porém, o que mais me impressionou foi o discurso da "quase" aniversariante, que completaria mais uma primavera 2 dias após a comemoração. O tal discurso foi interrompido um sem número de vezes para, no fim das contas, não durar mais que 30 segundos.

Peço encarecidamente que os aniversariantes não façam festas ao mesmo tempo, que elas tenham variedade de gênero, e que os discursos não sejam interrompidos. Obrigado!

domingo, 17 de junho de 2007

A retrovisorsada

Neologismos: só com eles resolvemos 90% dos nossos problemas. Mas isso é tema pra outro post. O neologismo entrou na dança por uma situação inusitada que me aconteceu (como se isso fosse novidade). A palavra do título surgiu porque não existe nenhuma outra que descreva o que aconteceu.

Estava eu dirigindo em uma avenida movimentada, mas com velocidade baixa, devido ao volume de carros. Avenida estreita, com duas pistas. Avisto um grupo de moleques, uma galerinha do mal. Um desses figuras estava empurrando uma bicicleta no meio fio.

Quando passei rente a ele, não deu outra. Dei uma puta "retrovisorsada" nos dedos dele. Foi sem querer, mas foi muito engraçado. A reação de uma das passageiras do carro foi: "Há! Fez um 'toc'!", antes de cair na gargalhada. Ri junto. Doeu até em mim depois.

Olhei pelo espelho e ainda vislumbrei a imagem do ser sacudindo a mão no ar pela batida.

Foi bom para deixar de ser folgado, aprender alguma coisa. Não estava montado na magrela, então devia ter ido para a calçada carregá-la.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Não ultrapasse a faixa amarela

Tem dias que não é para dar certo mesmo. E eu me divirto ainda mais do que se tivesse funcionado.

Hoje, pós-feriado, trabalhei, mas isso não me causa problemas. O problema começa quando o expediente acaba. Raro é voltar do trabalho para a casa, só com emenda de feriado na faculdade.

Uma amiga, que trabalha no mesmo bairro e sai em horário igual ao meu, me liga perguntando se vou voltar de trem, para voltarmos juntos. Encontrei-a e ao chegar na estação, propus que ao invés de pegar o rumo de casa, fizéssemos o inverso e fossemos ao terminal do trem, pois poderíamos sentar e viajar numa boa. Aceitou. Maldita hora. Antes tivéssemos ido para o nosso canto.

Antes mesmo de chegarmos ao ponto final da linha, estávamos sentados, achando que a vida é bela.

O trem pára e escutamos a voz do inferno: "Este trem não prestará serviço. Favor desembarcar". Putaquelpariu!

Toca descer. E para descer? Com a plataforma abarrotada, quase não saímos. Ao sair, fiquei pendurado na beirada da prancha do navio. Quando o trem saiu da minha frente, começou a sessão cagaço. Meia dúzia de pessoas (incluindo eu) penduradas, quase capotando nos trilhos. Risadas e gargalhadas rolaram soltas, situação ridícula.

Aí me lembrei da célebre frase: "Não ultrapasse a faixa amarela". Do ponto onde estava, eu nem ao menos consegui ultrapassá-la para dentro da plataforma, quem dirá para fora.

Só para concluir: no fim das contas, na hora de entrar, muitas cotoveladas, murros e braços quebrados e minha amiga não conseguiu sentar. Cedi meu lugar para que a moçoila se acomodasse. Daí pra frente ficamos ouvindo a papagaiada de dois manés ao lado, um em pé querendo sentar e um sentado sem vontade de levantar. Eu mereço.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

O bilhete premiado

Duas semanas me separam da última postagem, mas o blog é meu e o atualizo quando bem entendo.
Quinze dias rendem assunto e vou mandar um que é de primeira.

Todos os dias me surpreendo com a criatividade das pessoas e quanto mais comum e sem graça a pessoa pareça ser, mais surpreendente é o resultado de sua criatividade.

Em minhas andanças de "new-reporter" me acontece mais uma. Sair com equipe de gravação externa me remete à novela ou filme, mas acontece em reportagem de televisão também.

Foi minha primeira ida às ruas para filmagem. Paro o carro em uma subida, próximo a uma esquina. Fazemos boa parte do trabalho, repórter, câmera, produtora e eu, no momento apenas motorista.

Ao voltar para o veículo, me deparo com o seguinte bilhete preso ao vidro:

"Não esqueça a caixinha do franela. Deus acompanhe!" (transcrição)

Vê se pode. E eu não consegui entender como o sujeito queria que eu deixasse a tal caixinha. No local onde antes estava o carro? Se ele ainda estivesse por perto... Mas acho que, apesar da criatividade no contato com o público-alvo, nem assim eu daria o trocadinho, não costumo fazê-lo.

Criatividade: 10
Tino empresarial: 5
Estratégia para receber o retorno desejado: 0
Média: 5