domingo, 20 de maio de 2007

Quando a gente fica sem graça

Estou pensando em mudar o subtítulo do blog para: "desventuras de um projeto de repórter". O post de hoje e o próximo só foram possíveis por minhas andanças atrás de entrevistas e afins.

O primeiro 'causo' foi extremamente constrangedor, mas é comum acontecer com quem trabalha em televendas, telemarketing e teletubbies.

Estava fazendo diversas ligações para encontrar alguém que pudesse falar-me sobre determinado assunto, que não vem ao caso, e uma surpresa me atacou.

Em uma das ligações, uma senhora saca o telefone e, toda dengosa, estilo vovozinha, diz: "alôuuuu". Até aí, nada de estranho. A seguir, vim com essa: "poderia falar com o senhor Giacomo (nome fictício)?". O tom de voz da mulher mudou, senti um frio na espinha quando ela soltou um desanimado: "quem quer falar com ele, hein?".

Expliquei a situação, que era repórter da universidade, fazendo uma matéria, que precisava falar com o marido dela, blá, blá, blá...

Foi então que ela me aplicou um cruzado de esquerda: "ah, fio, ele faleceu...", com a maior tristeza do mundo, me fazendo engolir um pé em uma voadora ninja.

Não tive mais o que dizer, depois dessa, fiquei cheio de dedos para falar qualquer coisa. Em minha mente passou uma nuvem que levava uma senhorinha chorosa lembrando de todos os momentos felizes da vida em comum. Gaguejei um "ah, é, hum, ah" qualquer e desliguei sem resposta chegar.

Só para variar, a parte 'falar mal' do post será mais uma outra vez feita em uma única pergunta no final: qual é o motivo, então, para um defunto ainda estar na lista telefônica? As famílias deveriam ganhar, junto com a assistência funerária, a retirada do nome do parente morto do catálogo de números de telefones.

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, essa foi trash!!!! Tragicômica!

Verônica disse...

Que trágico isso...
Mas a lista telefônica que você estava usando era a impressa ou pela internet??