Inconveniência pouca é bobagem
Ontem estive em um velório. Era uma senhorinha, amiga da família, que já estava adoentada. Fomos lá prestar nossa solidariedade.
Entra, cumprimenta, abraça, diz uma palavra de consolo. Senta, bate-papo, dá risada dos papos non-sense de velório. Toma uma água, um café, um chá. Anda pelo cemitério, vê a paisagem, dá uma espiadinha nos outros velórios que estão rolando. Tudo normal.
Algum tempo se passou e lá estava eu, sentado em uma das cadeiras que rodeavam o caixão. O povo todo conversando. De repente entra uma mulher com uma bata preta, uma blusa de gola rulê vermelha por baixo, uma calça legging vermelha bem agarrada naquele corpo mal-diagramado, uma bota preta. O cabelo, loiro e espigado, estava meticulosamente desajustado num rabo de cavalo preso no topo do cocoruto. Um batom vermelho-boca-de-Brás e um andar desengonçado.
O bom é que ela entrou se anunciando. "Posso entrar? Tá aberto pra visitar? Posso olhar?". Eu com aquela cara de "comassim?", continuei observando. Incrível que, mes
mo com uma entrada, aos meus olhos, tão triunfal, ninguém pareceu ter reparado a presença especial.
Aproximou-se, então, do caixão, olhou pra irmã da falecida e perguntou, com um tom de condolência que nem que eu treinasse por anos conseguiria obter:
- Era seu esposo?
Ao que veio a resposta, com a maior naturalidade e tranquilidade:
- Não, era minha IRMÃ.
Eu ainda não consegui decidir o que foi mais estranho: a mulher invadir o velório alheio causando, ela perguntar se A MORTA era o ESPOSO da IRMÃ, ou a tranquilidade da irmã para responder numa boa uma pergunta tão estúpida, que talvez merecesse uma resposta cretina.
Entra, cumprimenta, abraça, diz uma palavra de consolo. Senta, bate-papo, dá risada dos papos non-sense de velório. Toma uma água, um café, um chá. Anda pelo cemitério, vê a paisagem, dá uma espiadinha nos outros velórios que estão rolando. Tudo normal.
Algum tempo se passou e lá estava eu, sentado em uma das cadeiras que rodeavam o caixão. O povo todo conversando. De repente entra uma mulher com uma bata preta, uma blusa de gola rulê vermelha por baixo, uma calça legging vermelha bem agarrada naquele corpo mal-diagramado, uma bota preta. O cabelo, loiro e espigado, estava meticulosamente desajustado num rabo de cavalo preso no topo do cocoruto. Um batom vermelho-boca-de-Brás e um andar desengonçado.
O bom é que ela entrou se anunciando. "Posso entrar? Tá aberto pra visitar? Posso olhar?". Eu com aquela cara de "comassim?", continuei observando. Incrível que, mes
Aproximou-se, então, do caixão, olhou pra irmã da falecida e perguntou, com um tom de condolência que nem que eu treinasse por anos conseguiria obter:
- Era seu esposo?
Ao que veio a resposta, com a maior naturalidade e tranquilidade:
- Não, era minha IRMÃ.
Eu ainda não consegui decidir o que foi mais estranho: a mulher invadir o velório alheio causando, ela perguntar se A MORTA era o ESPOSO da IRMÃ, ou a tranquilidade da irmã para responder numa boa uma pergunta tão estúpida, que talvez merecesse uma resposta cretina.
5 comentários:
kkkkkkkkkkkk cada uma neh!
Era a própria Nazaré indo a um velório.. rs
Fico com a segunda opção. São poucos os momentos na vida em que você continua certo se resolver xingar alguém. Esta era uma dessas ocasiões. Eu aproveitava.
Noooossa! :O
porra a irmã da defunta perdeu uma sincera chance de mandar a louca ir tomar naquele lugar
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